sábado, 4 de outubro de 2025

A Viagem ao Faz de Conta – 45 anos depois

A Viagem ao Faz de Conta – 45 anos depois

Há quarenta e cinco anos, eu estreava meu primeiro pensamento no palco.

Era o Juca, da peça A Viagem ao Faz de Conta.

Era às quinze horas, no Teatro Procópio Ferreira.

E até hoje, ainda sinto o cheiro do teatro daquele dia —

o som das luzes sendo montadas,

o frio na barriga do desconhecido,

o medo do que estava por vir.

De repente, o mundo mágico se abriu.

O espetáculo começou.

Eu, uma criança de treze anos,

sem entender direito o que acontecia,

fui levado por aquela energia viva que só o palco tem.

Embarquei, sem saber, no foguete do faz de conta.

E nunca mais voltei.

Aquele menino não imaginava

que continuaria viajando nesse mesmo foguete

por toda a vida —

vivendo, sentindo, sonhando,

criando mundos e personagens,

descobrindo em cada cena uma nova forma de existir.

Foram 45 anos de arte.

De encontros, de cidades, de culturas, de países.

De aplausos e de silêncios.

Na minha carteira, o primeiro registro: ator, artista.

E foi com esse título que a vida me aposentou —

mas o coração não.

Porque não é possível parar de viver

aquilo que nos dá alma.

Percorri caminhos longos,

fiz amigos que o tempo não desfez,

guardo lembranças que o palco eternizou.

E o extraordinário aconteceu:

aquele menino que tinha medo do preconceito,

que via os colegas indo para universidades “de verdade”,

teve coragem de seguir o que lhe completava —

a arte.

Anos depois, meu paizinho me contou, com ternura,

que sofria preconceito por ter um filho ator.

Mas mesmo assim, ele e minha mãezinha

foram meu alicerce,

meus primeiros aplausos,

meus maiores mestres.

Hoje, com uma estrada longa e sólida,

continuo a viagem ao faz de conta.

Carrego comigo o amor, as experiências,

as amizades e o orgulho de nunca ter desistido —

mesmo quando precisei chorar sozinho,

com medo de não conseguir.

Mas consegui.

Sou mais que um vencedor.

A vida me premiou com o dom de viver a arte.

E mesmo sem meu paizinho aqui,

sinto sua presença a cada estreia,

a cada luz que se acende.

Foram 45 anos desde aquele primeiro passo no palco,

e hoje eu me abraço —

por ter acreditado,

por ter resistido,

por ter vivido intensamente.

Parabéns, Júnior.

Pelo menino sonhador, pelo homem forte,

pelo artista que nunca deixou de embarcar

na eterna viagem ao faz de conta.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Júnior Mosko está arrebentando com a nova temporada do Júnior Mosko Revela

A nova temporada do programa Júnior Mosko Revela chegou com força total e já vem dando o que falar! Agora exibido ao vivo todas as quintas-feiras, às 19h, o programa pode ser acompanhado pela TV COM Sorocaba (Canal 8 da Claro), pela TV Brasil e também no canal do YouTube de Júnior Mosko, ampliando ainda mais o alcance e a interatividade com o público.


Logo em seus três primeiros episódios desta temporada, Júnior mostrou porque se tornou referência quando o assunto é comunicação de credibilidade. Levou ao ar uma cantora, um político e uma médica, reforçando a pluralidade de temas que sempre marcaram o programa. A cada edição, o apresentador abre espaço para conversas inteligentes, sensíveis e necessárias, revelando histórias e reflexões que conectam com diferentes públicos.


Em tempos em que a internet é frequentemente invadida por desinformação, o papel de comunicadores sérios e comprometidos se torna essencial. E é nesse cenário que Júnior Mosko se firma como um dos entrevistadores mais respeitados do Brasil. Suas entrevistas se destacam por clareza, respeito ao convidado e compromisso com a verdade — características que fazem com que sua credibilidade só cresça.


A biografia do programa

Criado por Júnior Mosko, Júnior Mosko Revela nasceu com a proposta de unir entretenimento, informação e reflexão em um mesmo espaço. O programa já recebeu artistas renomados, autoridades políticas, profissionais da saúde, da educação e das artes, além de personalidades locais que fazem a diferença em suas comunidades. Essa diversidade de convidados é a marca registrada do formato, que busca sempre oferecer ao público um olhar amplo sobre o mundo.


Mais que um talk show, Júnior Mosko Revela é um programa de encontro, onde o entrevistador e o entrevistado se encontram em diálogos que inspiram, esclarecem e emocionam. Ao longo das temporadas, consolidou-se como um espaço de valorização da cultura, do conhecimento e do respeito à informação de qualidade.


Com a nova fase ao vivo, a interação com o público promete ser ainda maior, aproximando cada vez mais Júnior Mosko de quem acompanha seu trabalho — seja pela TV ou pela internet.


segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Associação Fazendo Arte e Júnior Mosko são homenageados pelo vereador Roberto Freitas no Dia Nacional da Pessoa com Deficiência

Na noite desta segunda-feira (29), a Câmara Municipal de Sorocaba promoveu uma solenidade em alusão ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência. O evento reuniu autoridades, representantes de entidades e membros da sociedade civil para celebrar a data, que simboliza a luta por inclusão, acessibilidade e respeito à diversidade.


Durante a sessão, o vereador Roberto Freitas prestou homenagem à Associação Cultural Fazendo Arte e ao seu diretor, Júnior Mosko, destacando o relevante papel desempenhado pela instituição no cenário artístico e social da cidade. Em sua fala, o parlamentar ressaltou que a inclusão só se concretiza quando há oportunidades reais de participação, e que a arte é um dos caminhos mais poderosos para esse processo.


Fundada há mais de uma década, a Associação Fazendo Arte se tornou referência em Sorocaba e região ao unir cultura, formação artística e inclusão social. Sob a direção de Júnior Mosko, a entidade já realizou dezenas de espetáculos, formou centenas de alunos e levou ao palco histórias que emocionaram plateias inteiras, sempre com a missão de democratizar o acesso à arte e abrir espaço para todos os talentos, sem distinção.


Ao receber a homenagem, Júnior Mosko destacou a importância do reconhecimento:

“A arte é, antes de tudo, um espaço de encontro. É onde todos têm voz e podem expressar sua verdade. Receber essa homenagem, especialmente no Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, nos inspira a seguir firmes no propósito de transformar vidas por meio da cultura”.


O evento evidenciou a importância de ações conjuntas entre poder público, entidades culturais e sociedade civil para a construção de uma cidade mais inclusiva, solidária e humana.



sábado, 27 de setembro de 2025

O extraordinário aconteceu: Tocando em Frente, de Júnior Mosko, emociona e consagra a força do teatro essencial

No último sábado, 27 de setembro, às 16 horas, o Teatro Pedro Salomão foi palco de um acontecimento raro: um espetáculo que não apenas ocupou a cena, mas a transbordou, alcançando diretamente a alma de quem assistiu.


Com direção de Júnior Mosko, Tocando em Frente se apresentou como mais que uma montagem teatral: foi uma travessia poética de lembranças, uma homenagem à vida e ao legado de José Maria Rodrigues, carinhosamente conhecido como Zé Boi, pai do diretor.

Um teatro que nasce do coração


Mosko construiu um espetáculo em que cada detalhe foi retirado da própria memória e da emoção. Entre cenas leves e de uma intensidade arrebatadora, o diretor mostrou como o teatro pode ser simples e, ao mesmo tempo, grandioso. Sem recorrer a exageros de luzes, cenários ou efeitos, reafirmou sua convicção: o teatro verdadeiro nasce do ator e da direção.

O público foi categórico: Júnior Mosko se superou. Entre lágrimas, sorrisos e aplausos calorosos, repetia-se a certeza de que algo extraordinário tinha acontecido naquela tarde.


Uma obra feita de diversidade e harmonia

Com um elenco formado por 24 atores da Associação Fazendo Arte, de idades e trajetórias distintas, o espetáculo encontrou unidade na diversidade. Jovens e veteranos contracenaram em plena sintonia, dando vida a um trabalho que atravessou o tempo — da juventude ao envelhecer — em uma narrativa que tratava não apenas de Zé Boi, mas da própria condição humana.

A maquiagem assinada por Celso Lemos, suave e precisa, acompanhava essa transformação temporal. A sonoplastia de Douglas Turri, parceiro de longa data de Mosko, teceu a atmosfera sonora que envolveu o público. E a iluminação de Ives Sobral deu o tom exato a cada instante de emoção.

A produção de Adriano Pereira, a direção de cena de Daniela Fernanda e a co-produção de Matheus Felipe Max completaram o quadro de uma equipe afinada, que transformou o desafio em obra coletiva.

O espetáculo do tempo certo

Em um pouco menos de uma hora, Tocando em Frente mostrou que a intensidade está na síntese. Como defende Júnior Mosko, o bom espetáculo não precisa durar duas horas para cumprir seu papel. O essencial estava dito, e cada cena era tão envolvente que não havia espaço para o cansaço: o tempo se diluiu diante da arte.

Emoção e verdade no palco e na plateia

Antes do início, quebrando o próprio protocolo, Mosko falou ao público. Relembrou a importância dos pilares que sustentaram sua trajetória — família, educação e cultura — e reforçou que quem os carrega não tem como dar errado.

Na plateia, sua mãe, Benedita Moscone, testemunhou a força desse encontro. No palco, o elenco viveu a intensidade de um trabalho que não se limita à técnica, mas que pulsa de dentro para fora.

Ao final, aplausos em pé, abraços emocionados e uma frase ecoando entre os espectadores:

“Obrigado por esse presente. Você se superou.”

Um legado que se reafirma

Para quem acompanha a carreira de Júnior Mosko, não é novidade vê-lo explorar caminhos ousados do teatro pós-dramático, em trabalhos já consagrados como Retalhos da Memória, Vazio e Viesaque dos Inocentes. Mas em Tocando em Frente, Mosko foi além. Tocou não apenas a cena, mas as lembranças, o coração e a memória coletiva.

Foi arte como celebração. Foi vida transformada em poesia. Foi o extraordinário que, como o diretor havia prometido, iria acontecer.

E aconteceu.

Viva o teatro.

Viva Júnior Mosko.

Viva Zé Boi.

Viva, viva, viva!


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Um bate-papo revelador com o vereador Fábio Simoa

Na noite desta quinta-feira, o programa Júnior Mosko Revela recebeu como convidado especial o vereador Fábio Simoa, em uma conversa franca e esclarecedora sobre seu mandato e os rumos da política em Sorocaba.


Logo no início da entrevista, Júnior Mosko trouxe uma questão fundamental:

“Vereador, qual tem sido o maior desafio no exercício do seu mandato até aqui?”

Simoa respondeu destacando as dificuldades do dia a dia na Câmara Municipal, ressaltando a responsabilidade de representar a população e a necessidade de buscar sempre soluções práticas para os problemas da cidade.


Outro ponto de destaque foi quando Júnior perguntou:

“Quais projetos o senhor acredita que mais impactaram a vida da população sorocabana?”

O vereador fez questão de mencionar iniciativas voltadas à saúde e à infraestrutura, reforçando que sua atuação está direcionada para atender demandas urgentes da comunidade.


Em um momento mais político, veio a pergunta que muitos esperavam:

“Como o senhor enxerga o cenário político atual e os desafios que estão por vir?”

Com firmeza, Fábio Simoa falou sobre a importância da ética, da transparência e da proximidade com os cidadãos, reforçando que sua prioridade é manter um mandato participativo e alinhado às necessidades da população.

A entrevista ainda abriu espaço para temas atuais e de interesse público, como a relação entre o legislativo e o executivo municipal, além da visão do vereador sobre o futuro de Sorocaba.


O programa terminou com a reflexão proposta por Júnior:

“Que mensagem o senhor deixa para os sorocabanos que acompanham sua trajetória?”

Simoa encerrou deixando um recado de esperança e compromisso, garantindo que continuará sua luta diária em prol de uma cidade mais justa e desenvolvida.

Mais uma vez, o Júnior Mosko Revela cumpriu seu papel: aproximar o público das personalidades que influenciam a vida política e social de Sorocaba, trazendo uma conversa leve, direta e cheia de conteúdo.

domingo, 21 de setembro de 2025

🌼 Um domingo pintado de vida e esperança no Parque Campolim 🌼

Neste dia 21, o Parque Campolim, em Sorocaba, ganhou novas cores: o branco dos balões que subiam ao céu e o amarelo das fitas que dançavam com o vento. Não foi apenas um passeio, mas sim um abraço coletivo à vida e ao Setembro Amarelo, que reforça a importância do cuidado, da escuta e da valorização da existência.


O trajeto começou no Marco da Paz, símbolo que se tornou ainda mais forte quando envolvido por sorrisos, passos firmes e corações unidos. Pelos caminhos do parque, os integrantes da Associação Fazendo Arte formaram um verdadeiro “mar branco”, espalhando amor e conscientização por onde passavam.


Ao final, a caminhada se transformou em alegria: rodas, brincadeiras e momentos lúdicos lembraram que viver é também celebrar. A Associação, sob a presidência de Júnior Mosko, reafirmou seu compromisso social e seu papel em semear esperança e cultura.


✨ Porque a vida merece ser vivida com intensidade, e a paz precisa ser cultivada todos os dias.

Viva a vida, viva a paz!

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Júnior Mosko Revela” estreia nova temporada com cenário renovado e plateia ao vivo

Na última quinta-feira (18), estreou a nova temporada do programa “Júnior Mosko Revela”, que há 15 anos leva ao público entrevistas, entretenimento e momentos marcados pela característica especial do apresentador: revelar detalhes únicos da trajetória de seus convidados.


Com uma linguagem limpa e acessível, Júnior Mosko mantém a proposta de dialogar com espectadores de todas as idades — incluindo muitas crianças — sempre com cuidado e responsabilidade.


A estreia contou com um cenário renovado e a presença da cantora Tereza Badini, artista sorocabana com uma trajetória marcada por desafios e pela força da mulher brasileira. Outro destaque da nova fase foi a participação de plateia ao vivo, trazendo ainda mais interação e energia ao programa.


O “Júnior Mosko Revela” continua sendo exibido diariamente às 11h e às 23h na TV Com Sorocaba e na TV Brasil, além de estar disponível em sua íntegra no canal oficial do programa no YouTube.


domingo, 14 de setembro de 2025

✨ Fazendo Arte anuncia nova diretoria e grandes projetos para 2026! ✨

Fazendo Arte amplia sua diretoria e anuncia projetos que reafirmam seu compromisso social e cultural

A Associação Fazendo Arte, reconhecida por seu trabalho sério e inovador em prol da cultura e da inclusão social, apresentou oficialmente sua nova diretoria em reunião realizada neste sábado. O momento marcou não apenas a chegada de novos nomes à gestão, mas também o anúncio de grandes projetos que irão consolidar ainda mais a atuação da entidade em 2026.


Passam a compor a diretoria da associação: Daniel Victor, Júnior Mosko, Ditinha Morena, Madalena Silva, Joice Siqueira, Adriano Pereira, Dré Santos, Matheus Felipe Max, Ana Beatriz, João Carlos, Ivy Sobral, Fabeo, Lauder Kampos, José dos Santos, Marielly Ideriha e Fellipe Suira.

Projetos que unem arte, cidadania e inclusão


Entre as novidades anunciadas, estão iniciativas que reforçam a missão da Fazendo Arte de transformar vidas por meio da cultura:

  1. Projeto Capoeira – a ser realizado no bairro Santa Bárbara, com foco em esporte, cultura e valorização da identidade afro-brasileira.
  2. Projeto Utilidade Pública – ações educativas em empresas, com temas como prevenção de acidentes, doenças sexualmente transmissíveis, uso de EPIs e contabilidade doméstica, trabalhados de forma lúdica e acessível.
  3. Mostra de Artes Cênicas – programação cultural durante quatro meses, sempre aos sábados à noite, na sede da associação.
  4. Expansão do Projeto Libras – para atender e incluir ainda mais pessoas surdas.
  5. Expansão do Projeto Ponto Cego – destinado a pessoas cegas e de baixa visão.
  6. Programa de TV Fazendo Arte – há 15 anos no ar, ganhará um novo quadro especial.
  7. Passeios Culturais – levando a comunidade a conhecer museus, teatros e centros históricos.
  8. Projeto Nos em Cena – agora presente nos quatro cantos da cidade, democratizando o acesso ao teatro.
  9. Reality “A Cena” – formato inovador que incentiva e valoriza as artes cênicas.
  10. Projeto Abracadabra – teatro para iniciantes, voltado a crianças e adolescentes.
  11. Projeto 60+ – inclusão da terceira idade em atividades artísticas.
  12. Múltiplas Linguagens – um espaço de integração de teatro, dança, música, literatura e artes visuais.


A relevância da Fazendo Arte

Ao longo de sua trajetória, a Fazendo Arte tem se destacado pela capacidade de unir arte, educação e responsabilidade social. Mais do que uma associação cultural, tornou-se um espaço de transformação, de inclusão e de cidadania, oferecendo oportunidades e abrindo caminhos para crianças, jovens, adultos e idosos.

A liderança de Júnior Mosko


No comando da associação está Júnior Mosko, artista, diretor e produtor cultural que se tornou referência em Sorocaba e região. Sua trajetória é marcada pela inovação, pela seriedade na gestão e pelo compromisso em utilizar a arte como ferramenta de transformação social. Sob sua batuta, a Fazendo Arte cresce de forma sólida e ganha cada vez mais respeito e reconhecimento, consolidando-se como uma das instituições culturais mais importantes do interior paulista.

Com a nova diretoria e os projetos anunciados, a Associação Fazendo Arte mostra que continua em plena expansão, renovando sua missão de levar arte, inclusão e esperança para todas as comunidades que abraça.

domingo, 17 de agosto de 2025

A foto incompleta

Hoje a mesa se vestiu de festa.

Panelas tilintaram como instrumentos de uma orquestra,

e Adriano, maestro do fogão, temperou cada detalhe

com pitadas generosas de amor.

Entre garfadas e risadas, o domingo ganhou cor,

ganhou cheiro de feijão tropeiro,

ganhou abraços e olhares cúmplices.

A cada brinde, um pedacinho de felicidade.

Mas o coração, esse companheiro silencioso,

guardava também um nó.

Ao abrir o vinho, a taça vazia me lembrou:

faltava alguém para brindar.

E mesmo no riso, a saudade soprava sua melodia.

Eu, que sempre gosto de guardar memórias,

me escondi atrás de fotos tímidas,

como quem diz: “Estou aqui, presente,

mesmo quando meu peito insiste em viajar no tempo.”

De repente, o clique esperado:

Adriano, seus pais, minha mãe… e eu.

Mas cadê ele?

Naquele instante, éramos cinco,

quando o coração gritava seis.

Sorri pequeno, segurei o choro,

e percebi que a ausência também aparece na foto,

mesmo quando não vemos o rosto.

E o consolo veio como um sopro:

um dia já existiu a foto completa,

a foto dos seis.

E isso ninguém me tira.


domingo, 10 de agosto de 2025

Nunca imaginei

Hoje estou aqui… pensando.

Nunca imaginei que este dia chegaria — o dia de comemorar o Dia dos Pais sem ter você fisicamente comigo.

Uma dor silenciosa, um aperto no peito… e uma vontade imensa de te abraçar e ouvir aquele seu “oi, fio”.

Hoje fomos e tentamos ficar mais próximos .e a mãe com os olhos cheios de lágrimas, e disse: “Ele está bem… melhor do que se estivesse em um cemitério.”

Levei seu violão — talvez na inocência de acreditar que algum som pudesse sair.

Parte da família não estava preparada para ir… mas fomos. Firmes, não fortes. Porque mentir dizendo que não dói… não dá.

A saudade corre solta nas veias, queima.

Ah, meu paizinho… que bom que eu te beijei muito, que te abracei muito, que vivemos tudo o que podíamos viver.

Você estava lá nos meus dias de vitória… e nos meus maiores medos e dificuldades.

Não consigo lembrar de um momento em que você e a mãe não estivessem juntos comigo.

Fui um privilegiado de ter você tanto tempo ao meu lado.

Mas, a cada dia, a saudade fica mais aguda… mais doída.

E hoje, baixinho, eu disse “feliz Dia dos Pais”…

Mas a vontade era de gritar.

Eu fico esperando alguma coisa acontecer para ouvir sua voz… seu “oi, fio”…

Aquele jeito de me esperar dormir para depois me levar para o quarto.

Tô meio perdido, sem saber o que pensar, sem saber o que fazer.

Será que teremos outra chance?

Eu preciso acreditar… para conseguir seguir.

O seu anel de formatura está na minha cabeceira, guardado numa caixinha.

Pra eu nunca esquecer da sua luta.

A mãe está bem… a saúde física e mental dela está surpreendente.

E como você decidiu, o Adriano fica comigo no hospital… e voce com a mãe em casa.

Mas …….o Adriano voltou sozinho. Só me abraçou.

E naquele abraço… eu entendi tudo.

Que dor, meu paizinho… que dor.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Curiosidade sobre Júnior Mosko

Curiosidade

O artista Júnior Mosko,foi homenageado por um projeto inédito do Governo do Estado de São Paulo pela escola Estadual Dr.José Celso de Mello na sua cidade natal em Tatuí,onde sua obra ficará eternizada. A mesma,foi realizada pela artista plástica Nancy Del Guercio.

Reaprender os Domingos

Olhei para ela…

A velha churrasqueira.

Quantas vezes explodiu em chamas vivas,

como um coração pulsante,

acendido pelas mãos do meu pai.

Hoje, está ali… tímida,

sem o brilho do fogo,

sem a dança das brasas,

sem o riso ecoando nas paredes do quintal.


Ao redor dela,

sempre um violão dedilhado com amor,

vozes em coro,

família unida em canções e gargalhadas.

Domingos cheios de vida,

de cheiros, de histórias,

de carne assando lentamente —

e ele, com seu avental,

um verdadeiro mestre do fogo.

O melhor pedaço?

Sempre para ela.

A rainha do seu coração.

E a gente assistia aquilo

como quem vê o amor virar refeição.

Hoje fiquei ali, parado,

olhando a churrasqueira calada,

e senti que preciso…

reaprender a viver.

Os domingos estão mais vazios,

não há mais o assado ritual,

o conselho à beira da grelha,

o brilho nos olhos dele ao servir.

Mas há lembrança.

Há saudade quente.

Há histórias acesas no coração.

Não se apaga o que foi chama.

Não se reescreve o que já brilhou.

Mas dá pra acender de novo —

de outro jeito,

com outras mãos,

com a mesma alma.

A churrasqueira vai precisar de outro piloto,

e eu,

de outro modo de viver os domingos.

Ela chora brasas de saudade,

eu choro memórias em silêncio.

Mas juntos…

vamos reaprender.

Domingo por domingo.

Chama por chama.

sábado, 19 de julho de 2025

— Para Meninos e Gaivotas: a arte do retorno

Para Meninos e Gaivotas: a arte do retorno


Na sexta-feira, 18 de julho de 2025, às 15h,

o palco do SESI Sorocaba se encheu de encantamento.

Plateia lotada. Olhos atentos.

Ali se desenhou uma tarde inesquecível com o espetáculo

“Para Meninos e Gaivotas”.

Tudo em cena era poesia:

o elenco, entregue e vibrante,

a sonoplastia, que embalava como ondas de mar,

e os figurinos, que pareciam voar com as gaivotas.

Mas havia algo mais naquela apresentação:

um reencontro, um retorno com sabor de memória viva.


Victor Deluzzi, um dos atores em cena,

voltava, anos depois, ao ninho onde aprendeu a voar.

Foi lá pelos idos de 2010 que ele, ainda menino,

chegou a Sorocaba com a mala cheia de sonhos

e o desejo firme de fazer teatro.


Encontrou em Júnior Mosko o mestre,

em cada ensaio, um rito; em cada peça, uma iniciação.

Foram quatro anos intensos,

com cerca de dez espetáculos no currículo,

entre eles desafios imensos como

As Serepentes, de Nelson Rodrigues,

e Vazio, uma obra visceral de Mosko.

E agora, ali estava ele, no mesmo palco,

maduro, entregue, emocionado,

agradecendo pelo feliz retorno.

Na plateia, seu mestre assistia, orgulhoso.

Na cabine técnica, Claudinei de Jesus Rosa,

o mesmo que viu Victor nos seus primeiros passos,

sussurrou depois:

“Esse negócio de túnel do tempo não existe…”

Mas existia. Existia sim.

Porque naquele instante,

arte e vida se entrelaçaram como velhos amigos.

E como disse o dramaturgo:

a vida imita a arte.

Ou talvez — só talvez —

a vida seja a arte do encontro.