sábado, 19 de julho de 2025

— Para Meninos e Gaivotas: a arte do retorno

Para Meninos e Gaivotas: a arte do retorno


Na sexta-feira, 18 de julho de 2025, às 15h,

o palco do SESI Sorocaba se encheu de encantamento.

Plateia lotada. Olhos atentos.

Ali se desenhou uma tarde inesquecível com o espetáculo

“Para Meninos e Gaivotas”.

Tudo em cena era poesia:

o elenco, entregue e vibrante,

a sonoplastia, que embalava como ondas de mar,

e os figurinos, que pareciam voar com as gaivotas.

Mas havia algo mais naquela apresentação:

um reencontro, um retorno com sabor de memória viva.


Victor Deluzzi, um dos atores em cena,

voltava, anos depois, ao ninho onde aprendeu a voar.

Foi lá pelos idos de 2010 que ele, ainda menino,

chegou a Sorocaba com a mala cheia de sonhos

e o desejo firme de fazer teatro.


Encontrou em Júnior Mosko o mestre,

em cada ensaio, um rito; em cada peça, uma iniciação.

Foram quatro anos intensos,

com cerca de dez espetáculos no currículo,

entre eles desafios imensos como

As Serepentes, de Nelson Rodrigues,

e Vazio, uma obra visceral de Mosko.

E agora, ali estava ele, no mesmo palco,

maduro, entregue, emocionado,

agradecendo pelo feliz retorno.

Na plateia, seu mestre assistia, orgulhoso.

Na cabine técnica, Claudinei de Jesus Rosa,

o mesmo que viu Victor nos seus primeiros passos,

sussurrou depois:

“Esse negócio de túnel do tempo não existe…”

Mas existia. Existia sim.

Porque naquele instante,

arte e vida se entrelaçaram como velhos amigos.

E como disse o dramaturgo:

a vida imita a arte.

Ou talvez — só talvez —

a vida seja a arte do encontro.