Esse ano, Papai, o coelhinho resolveu mudar a rota. Em vez de esconder ovos pela casa, ele decidiu que o esconderijo perfeito seria o seu coração — e olha que ele é bem esperto para essas coisas.
Não teve a nossa tradicional brincadeira de descobrir onde estão os ovos (e fingir surpresa mesmo já sabendo). Não fizemos a famosa bacalhoada, nem discutimos se o tomate vem antes da batata ou se a cebola entra de penetra.
Mas sabe o que teve? Música. Teve a gente cantando baixinho no quarto do hospital. Teve um passinho de dança improvisado, entre aparelhos e sorrisos cansados. Teve presença, teve fé, teve amor — e isso, acredite, nem o coelhinho da Páscoa sabe esconder.
A Páscoa é renascimento, é esperança. E neste ano, ela chegou de um jeito diferente, mas chegou. E quem sabe, Papai, o coelhinho não dê uma passadinha por aí? Ele pode até não trazer chocolate, mas sei que vai deixar um carinho bem doce no seu coração.
Te amo.